segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A navegação a vapor no rio Tapajós – 1872

Apesar de a navegação comercial a vapor pelo rio Amazonas ter iniciado regularmente em 1853, demorou ainda alguns anos para que os vapores singrassem o rio Tapajós. E a “Guerra do Paraguai” teve uma contribuição importante para que tal navegação pudesse acontecer.


Em 1867, o Dr. Pedro Leão Vellozo, Presidente da Província do Pará, sugeriu que se abrisse uma nova linha de navegação a vapor que pudesse ligar Santarém a Itaituba e de lá abrir comunicação com o Mato Grosso, que, aliás, já a estaria usando através dos rios Arinos e Tapajós por meio de "montarias".

A navegação a vapor diminuiria a viagem em alguns dias, aumentando os benefícios comerciais entre as duas Províncias. Em ofício datado de 1º de abril de 1867, o gerente da Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas, atestou ser possível a realização de tal intento. Contudo, somente no orçamento de 1870 foi colocada a subvenção provincial para o estabelecimento da referida linha entre Itaituba e Santarém, desta vez não somente o comércio com Mato Grosso se mostrava interessante sob ponto de vista econômico, como também a descoberta de novos seringais nas margens do Tapajós e seus afluentes (em 1869 desceram pelo rio Tapajós oito mil arrobas de borracha).

A proposta inicial, de colocar um vapor entre Itaituba e Santarém, para que de Santarém se fizesse a baldeação, em outro vapor, para a Capital, foi tentada, mas não efetivada por conta de custos.

E foi assim que em 25 de janeiro de 1872 foi aberta a linha fluvial regular entre Itaituba e Belém, sendo o vapor “Inca” o primeiro vapor comercial a singrar regularmente as águas do Tapajós, saindo de Belém com escalas em Curralinho, Breves, Ituquára, Gurupá, Porto de Moz, Santarém, Boim, Aveiro e Urucurituba.


(Trecho do Livro Santarém: história e curiosidades – volume 01)

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