terça-feira, 8 de agosto de 2017

Uma notícia sobre o falecimento do Barão de Solimões – 1928

Consoante rádio que publicamos na secção competente, soubemos ter falecido em Óbidos, Estado do Pará, no dia 18 de agosto, o venerando dr. Manoel Francisco Machado, Barão de Solimões.
A avançada idade que contava, fê-lo retirar-se da vida pública, na qual teve raro prestígio e vivia aquele nobre cidadão, em Óbidos, cego e em extrema pobreza.

O dr. Machado escalou elogiosamente as posições políticas, tendo sido deputado e senador da República e era uma das últimas relíquias do regime imperial no norte do país, do qual mereceu cargos de alta confiança do governo monárquico, como o de Presidente da antiga Província do Amazonas, em cujas funções encontrou-o a República, em 15 de novembro de 1889.
Foi o dr. Machado político moderado e de ação profícua, norteada pelo seu espírito culto e altamente democrático. Conhecia profundamente a língua latina e exerceu com proficiência a advocacia.
O extinto paraense era doutor em Direito pela antiga Universidade de Coimbra, onde fez, brilhantemente, todo o seu curso.
Jornalista consumado e literato combatente, nunca se deixou vencer, o dr. Machado, senão pelos infortúnios e pelo peso dos anos que contava, pois era viúvo, maior de 80 anos, deixando, de seu consórcio, resumida prole.
Enviamos pêsames ao seu digno Genro, dr. Armando da Cruz Barbuda, da Justiça Amazonense.


NOTA: Publicado no jornal A Reforma, de 26 de agosto de 1928.

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