quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Momento Poético: Magna Veritas

Por Anysio Chaves

Na tumba senhoril e majestosa,
Na cova rasa de um desconhecido
            Que na estrada ficou.
Há sempre alguma coisa que comove,
Que espanta, mas que acalma e que consola
            Alguém que as deparou.

No riso de uma esquálida caveira
No ósseo chacoalhar de um esqueleto,
            Devemos, pois, pensar,
Habita ainda a sombra respeitável
Daquele que, no fausto ou na miséria,
            Ali veia acabar. 

E a Ciência diz-nos firmemente,
A despeito do assombro que nos causa
            A morte material.
Que a essência do ser que hoje perece,
Desprende-se, depura-se, renasce
            Na vida universal.

E, depois de dezenas de existências,
Terminadas as provas necessárias
            Sob a Lei do Amor.
A alma volta ao seio do Infinito
E lá será eterna e radiante
            Junto ao Deus Criador.

NOTA: Escrita em Santarém e publicada em 26 de novembro de 1932.


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